terça-feira, 11 de setembro de 2007

Bem vindo,Dalai Lama!!!

Bandeira Nacional do Tibete e seu significado

Portugal não vai receber oficialmente Dalai Lama...tendo sido os portugueses, o primeiro povo ocidental a estabelecer contactos regulares com o povo tibetano. Eis a lista de líderes e presidentes dos respectivos países, que receberam OFICIALMENTE Dalai Lama. 1.Leitura recomendada Valha-nos Dalai Lama, de Ana Gomes.

2.Programa da Visita de Dalai lama Lisboa 2007

3.Exploração abusiva, por parte da China, dos Recursos Naturais do Tibete A exploração abusiva dos recursos naturais continua na forma como o programa nuclear da China foi elaborado usando o Tibete como uma zona de testes nucleares e depósito de resíduos nucleares, tornando o Planalto do Tibete num verdadeiro Los Alamos. Recentemente tem havido registos nas populações nómadas de doenças provocadas pela exposição a radiações.

4.O MEIO AMBIENTE NATURAL Ensinamento de S.S. Dalai Lama extraido do livro Ética para o novo milénio Se há uma área em que tanto a educação como os media têm uma responsabilidade particular é, creio eu, na do meio ambiente natural. Uma vez mais, esta responsabilidade tem menos a ver com questões de certo e de errado do que com uma questão de sobrevivência. A natureza é a nossa casa. Não é necessariamente sagrada ou santa, é simplesmente o lugar onde vivemos. É do nosso interesse olhar por ela. É do senso comum. Mas só recentemente o índice populacional, o poder da ciência e a tecnologia cresceram ao ponto de poderem ter um impacto directo sobre a natureza. Por outras palavras, até agora a Mãe Natureza tem tolerado o nosso descuido caseiro. Mas agora chegámos ao ponto em que ela deixou de poder aceitar o nosso comportamento em silêncio. Os problemas causados pela degradação ambiental podem ser vistos como a sua resposta ao nosso comportamento irresponsável. Está a avisar-nos que a sua tolerância tem limites. As consequências de não termos sido disciplinados na maneira como nos relacionamos com o meio ambiente estão particularmente patentes no Tibete. 
Não é exagero dizer-se que o Tibete em que cresci era um paraíso selvagem. Qualquer viajante que tenha visitado o Tibete antes do meio do séc. XX pôde observá-lo. Os animais eram raramente caçados, excepto em áreas remotas onde as culturas não podiam crescer. Na verdade, era costume os funcionários governamentais promulgarem anualmente um despacho de protecção da vida selvagem que estipulava que ninguém, fosse ele humilde ou de nobre extracção, devia fazer mal ou exercer violência sobre os seres aquáticos ou os animais selvagens. As únicas excepções eram os ratos e os lobos. Quando era jovem lembro-me de ver muitas espécies diferentes, por onde quer que viajasse fora de Lhasa. 
A principal recordação que eu tenho da viagem de três meses e 13 dias que fiz através do Tibete, desde o meu lugar de nascimento até Leste de Lhasa, onde fui formalmente proclamado Dalai Lama com a idade de quatro anos, é a da vida selvagem que encontrei ao longo do caminho. Vi inúmeras manadas de Kiang (burros selvagens) e drong (yak selvagens) vagueando livremente nas grandes planícies. De vez em quando, avistávamos ao longe manadas de gowa, a tímida gazela tibetana, de wa, o veado de lábios brancos ou de tso, o nosso antílope majestoso. Lembro-me também da fascinação que sentia pelos pequenos chibi, ou pika, que se juntavam em zonas onde cresciam as ervas. Eram tão sociáveis! Gostava de observar os pássaros: o digno gho (quebra-ossos ) planando lá no alto, por cima dos mosteiros, vivendo nas montanhas, os bandos de gansos (nangbar) e de vez em quanto, à noite, ouvir o pio do wookpa (bufo-pequeno). Mesmo em Lhasa, não me sentia de nenhum modo desligado do mundo natural. 
Do alto do Potala, o palácio dos Dalai Lamas, passei horas sem conta nos meus aposentos, quando era criança, a observar o comportamento do khyungkar de bico vermelho que fazia o ninho nas fendas dos muros. Atrás do Norbulingka, o palácio de Verão, via frequentemente pares de trung trung (o grou japonês de pescoço negro), pássaros que representam para mim o epítome da elegância e da graciosidade, que lá viviam nos pântanos. E não posso deixar de mencionar a coroa de glória da fauna tibetana: os ursos e as raposas de montanha, o chanku (lobos), e o sazik (o belo leopardo-das-neves), e o sik (o lince) que semeava o terror nos agricultores nómadas ou o manso panda gigante, que é originário da fronteira entre o Tibete e a China. 
Infelizmente já não se encontra esta profusão de vida selvagem, em parte devido à caça mas, sobretudo, devido à perca de habitat, que está hoje, meio século após a ocupação do Tibete, reduzido a uma pequena fracção do que era. Todos os tibetanos, sem excepção, com quem falei e que tinham visitado o Tibete após trinta ou quarenta anos, notaram a ausência marcante de vida selvagem. Enquanto em tempos havia áreas onde os animais selvagens se acercavam das casas, hoje é difícil vê-los seja aonde for. Igualmente problemática é a devastação das florestas tibetanas. Dantes, as colinas eram densamente arborizadas. Hoje, aqueles que lá voltaram contam que elas estão rapadas como a cabeça de um monge. O governo de Beijing admitiu que as trágicas inundações da China ocidental e de outras zonas mais distantes, foram em parte devidas à desflorestação. No entanto, continuo a ouvir falar do vai e vem incessante de camiões que levam toros para fora do Tibete, em direcção a Leste. Esta situação é particularmente trágica devido ao facto de, em virtude do clima rigoroso e do terreno acidentado do país, a reflorestação requerer atenção e cuidados contínuos. Mas infelizmente não há indícios que isso se passe. 
Há muito tempo, desde a chegada ao exílio, que me interesso de perto pelos problemas do ambiente. O governo tibetano no exílio teve um cuidado especial em sensibilizar as crianças às suas responsabilidades como habitantes deste frágil planeta. Falo nesta questão sempre que tenho oportunidade. Sublinho sempre a necessidade de considerarmos como as nossas acções, ao afectar o ambiente, são susceptíveis de afectar os outros. Reconheço que isto é por vezes difícil de avaliar. Não podemos declarar, por exemplo, com toda a certeza, quais são as consequências finais da desflorestação no solo e nas chuvas, nem quais as implicações para o sistema climatérico do planeta. A única coisa certa é que nós, humanos, somos a única espécie que tem poder para destruir a Terra. Nem os pássaros, nem os insectos, nem nenhum mamífero têm esse poder. Porém, se temos a capacidade de destruir a Terra, também temos a capacidade de a proteger.

5. Memórias Curtas: Edição excepcional da Egoísta, A PAZ finais de 2006, que reúne, testemunhos tão importantes como os de Dalai Lama, Ramos Horta, Bento XVI,....

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