quinta-feira, 17 de março de 2016

Geopoema, por António Galopim de Carvalho

A new subduction zone forming off the coast of Portugal heralds the beginning of a cycle that will see the Atlantic Ocean close as continental Europe moves closer to America.
Fonte Geology In


Esta notícia refere-se a um artigo publicado online pela revista Geology, em Junho de 2013, Nela se dá conta da descoberta, ao largo da costa de Portugal, de uma possível zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação. Tal significa que daqui a uns 200 milhões de anos, o Oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e que as massas continentais da Eurásia e da Laurência se voltarão a juntar num novo supercontinente. Neste trabalho, assinado por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália, e a sua equipa, juntamente com António Ribeiro e Filipe Rosas, da Universidade de Lisboa, Pedro Terrinha, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, e, ainda, Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França), são revelados os primeiros indícios de transformação da margem sudoeste ibérica (uma margem passiva, do tipo atlântico) numa margem activa, do tipo pacífico.
Há mais de três décadas, em 1979, no 1º Encontro de Geociências, reunido em Lisboa, António Ribeiro, surpreendeu os presentes, ao apresentar a comunicação a que deu o nome de ”Geopoema”. Numa antevisão notável, este geólogo que, já então, se distinguia entre os seus pares pela excelência do trabalho que produzia, anunciava que o Atlântico iria começar a fechar, que, daqui a uns milhões de anos, engoliríamos os Açores e, que, passados mais um ror deles, a Eurásia cavalgaria a América do Norte, imaginando, em jeito de brincadeira, “a estátua do Marquês do Pombal sobre a estátua da Liberdade”.
Na imagem: Distribuição dos epicentros dos sismos históricos e instrumentais na envolvente da Península Ibérica (in J. Cabral 1993)


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